A dermatite atópica é uma inflamação cutânea, condição de pele comum que pode variar em gravidade e apresentar diferentes formas. Com características incômodas e até debilitantes, essa condição afeta milhares de pessoas.
Também conhecida como eczema, a dermatite atópica pode ser aguda ou crônica não contagiosa, com sintomas que podem variar até mesmo com a presença de temperaturas muito quentes ou muito frio, sendo estes alguns dos fatores que podem agravar a dermatite. Além disso, é uma doença que costuma aparecer ainda na infância e pode afetar de 10% a 15% da população em algum momento da vida.
Na sequência, abordaremos sobre as causas, características sintomáticas e abordagem de tratamento.
Causas da dermatite
Algumas são as causas da dermatite, as quais podemos citar:
- Fatores genéticos
Quando o pai ou a mãe têm atopia de pele ou respiratória, a criança tem 25% de chances de desenvolver a doença, e quando o pai e a mãe são atópicas, as chances da criança desenvolver aumentam para 50%.
- Fatores ambientais
Exposição a alérgenos, como pólen, ácaros, pelos de animais e certos alimentos, pode desencadear reações inflamatórias na pele de pessoas suscetíveis. Também, mudanças climáticas extremas, estresse e produtos químicos são fatores ambientais que podem agravar os sintomas da dermatite atópica.
Características principais da dermatite atópica
As características da doença pode variar de pessoa para pessoa e se manifestar de formas diferentes. Geralmente, os sintomas são:
I) Inflamação cutânea
A pele de pessoas com dermatite atópica é propensa a inflamação crônica. Isso pode levar à vermelhidão, inchaço e sensibilidade em áreas afetadas.
II) Coceira intensa
Um dos sintomas mais proeminentes da dermatite atópica é a coceira intensa. A coceira pode ser tão severa que leva a escoriações e feridas na pele, especialmente quando a pessoa coça repetidamente.
III) Erupções cutâneas
Erupções cutâneas, muitas vezes em forma de placas ou manchas, são comuns. Essas erupções podem aparecer em várias partes do corpo, incluindo rosto, cotovelos, joelhos e áreas de dobras da pele.
IV) Pele seca e com aparência rachada
A pele de pessoas com dermatite tende a ser seca e pode rachar. Isso contribui para a vulnerabilidade da pele a infecções e irritações adicionais.
V) Surto crônico e recorrente
A dermatite pode ocorrer em surtos crônicos e recorrentes. Fatores como estresse, alérgenos, clima seco e irritantes pode desencadear a doença
VI) Associação com outras condições atópicas
Pessoas com a doença têm maior probabilidade de desenvolver outras condições atópicas, como asma e rinite alérgica.
O que acontece na pele de quem tem a doença?
Na dermatite atópica, a pele apresenta uma série de alterações devido a uma combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Essas alterações incluem:
- Barreira cutânea comprometida
Pessoas com dermatite atópica frequentemente têm uma barreira cutânea comprometida. A barreira cutânea saudável ajuda a manter a hidratação da pele e a protegê-la contra a entrada de substâncias irritantes e alérgenas.
- Resposta imunológica anormal
Há uma resposta imunológica anormal na pele das pessoas com dermatite atópica. Isso inclui uma resposta exagerada a estímulos ambientais, levando à inflamação e coceira.
- Hiperatividade do sistema imunológico
O sistema imunológico na pele das pessoas com dermatite atópica pode ser hiperativo, desencadeando uma resposta inflamatória desproporcional a estímulos que normalmente não causam problemas em pessoas sem essa condição.
- Produção reduzida de ceramidas
As ceramidas são lipídios importantes para a função de barreira da pele. Na dermatite atópica, a produção pode ser reduzida, contribuindo para a perda de água e a secura da pele.
- Infiltração de células inflamatórias
Durante os surtos da doença, a pele pode apresentar uma infiltração de células inflamatórias, como os eosinófilos e linfócitos, que contribuem para a inflamação.
Essas alterações combinadas resultam nos sintomas característicos da dermatite atópica, como coceira intensa, erupções cutâneas, pele seca e descamativa. A compreensão desses mecanismos ajuda a desenvolver estratégias de tratamento que visam restaurar a barreira cutânea, reduzir a inflamação e controlar os sintomas associados à condição.
Como posso saber se eu tenho dermatite atópica?
Normalmente, o diagnóstico da dermatite atópica é clínico e geralmente feito por um dermatologista ou profissional de saúde com base na avaliação dos sintomas e no histórico médico do paciente como:
- Início da doença;
- Sintomas atuais;
- Padrão de recorrência;
- Condições atópicas em familiares, uma vez que a dermatite atópica tem uma predisposição genética.
Não há a necessidade de exame de biópsia, salvo se houver dúvida do diagnóstico relacionada a alguma outra doença de pele. Veja também: câncer de pele.
Tratamento
O tratamento da dermatite atópica é direcionado para controlar os sintomas, aliviar a coceira e reduzir a inflamação. Algumas abordagens de tratamento podem englobar:
- Hidratação da pele: o uso regular de emolientes e cremes hidratantes é crucial para manter a pele bem hidratada. Isso ajuda a fortalecer a barreira cutânea e reduzir a secura da pele.
- Corticosteroides tópicos: cremes ou pomadas contendo corticosteroides são frequentemente prescritos para reduzir a inflamação durante surtos agudos da doença. É importante seguir as instruções do médico quanto à dosagem e duração do uso, uma vez que o uso prolongado de corticosteroides pode ter efeitos colaterais.
- Anti-histamínicos: remédios antialérgicos podem ajudar a reduzir a coceira e melhorar o sono. No entanto, alguns desses medicamentos podem causar sonolência, como o histamin.
Conclusão
Por fim, a dermatite atópica é uma condição crônica da pele caracterizada por coceira intensa, erupções cutâneas, pele seca e outros sintomas que afetam a qualidade de vida das pessoas.
Além disso, com base na genética e influências ambientais, a doença geralmente pode manifestar na infância ou se desenvolver em qualquer idade. Dessa forma, o tratamento visa controlar os sintomas, fortalecer a barreira cutânea e evitar fatores desencadeantes.
