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Enxaqueca: Como Gerenciar as Dores de Cabeça Intensas

O tratamento da enxaqueca pode variar dependendo da gravidade dos sintomas. Existem algumas abordagens que podem ser utilizadas. Saiba mais!

Luciana Simões

Enxaqueca e outros sintomas associados a ela interferem nas atividades diárias.

A enxaqueca é uma condição neurológica comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É caracterizada por dores de cabeça intensas e recorrentes, que geralmente ocorrem em um lado da cabeça e são acompanhadas por sintomas adicionais, como náuseas, sensibilidade à luz e ao som.

Essas dores de cabeça podem durar de algumas horas a vários dias, causando um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados. A enxaqueca também pode ter um impacto emocional, podendo gerar transtorno de ansiedade, frustração e isolamento.

Embora a causa exata da enxaqueca ainda seja desconhecida, pesquisas indicam que uma combinação de fatores genéticos e ambientais desempenha um papel importante no seu desenvolvimento.

O impacto da enxaqueca vai além das dores de cabeça intensas. Muitas vezes, as pessoas que sofrem de enxaqueca enfrentam dificuldades no trabalho, na escola e nas atividades diárias, devido à incapacidade de funcionar normalmente durante os episódios de dor.

Enxaqueca e outros sintomas associados a ela interferem nas atividades diárias.
Enxaqueca e outros sintomas associados a ela interferem nas atividades diárias. (Imagem: Canva)

O que é uma crise de enxaqueca?

Uma crise de enxaqueca refere-se a um episódio agudo de dores de cabeça intensas e debilitantes característico da enxaqueca. É o período durante o qual a pessoa experimenta os sintomas mais severos da condição.

Durante uma crise a pessoa geralmente experimenta uma dor latejante ou pulsante em um lado da cabeça, embora em alguns casos a dor possa afetar ambos os lados. A intensidade da dor varia de pessoa para pessoa, mas pode ser tão severa que interfere nas atividades diárias normais. 

Além da dor de cabeça, outros sintomas frequentemente associados a uma crise de enxaqueca incluem náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia), tonturas e distúrbios visuais, como visão turva ou pontos luminosos.

As crises de enxaqueca podem durar de algumas horas a vários dias, com a maioria das pessoas relatando uma duração de 4 a 72 horas. Após a crise, algumas pessoas experimentam uma fase pós-dor de cabeça, caracterizada por uma sensação de fadiga, fraqueza e dificuldade de concentração.

Quais os fatores desencadeantes da enxaqueca?

A enxaqueca pode ser desencadeada por uma variedade de fatores. Embora esses desencadeadores possam variar de pessoa para pessoa, existem alguns comuns que são amplamente reconhecidos. Aqui estão alguns fatores, os quais incluem:

  • Estresse: O estresse emocional é um dos principais desencadeadores, visto que situações estressantes no trabalho, em casa ou na vida pessoal podem desencadear crises.
  • Alterações hormonais: Mudanças nos níveis hormonais, particularmente em mulheres, podem desencadear enxaquecas. Flutuações hormonais durante o ciclo menstrual, gravidez e menopausa podem influenciar o surgimento das crises.
  • Alimentação: Certos alimentos e bebidas são conhecidos por desencadear enxaquecas em algumas pessoas. Isso inclui queijos envelhecidos, chocolate, café, álcool (especialmente vinho tinto), alimentos processados e adoçantes artificiais.
  • Alterações no sono: Tanto a falta quanto o excesso de sono podem desencadear enxaquecas. Mudanças bruscas nos padrões de sono ou distúrbios do sono, como insônia, também podem contribuir.
  • Estímulos sensoriais: A exposição a luzes brilhantes, sons altos, odores fortes e ambientes excessivamente quentes ou frios podem desencadear enxaquecas em algumas pessoas.
  • Alterações climáticas: Mudanças no clima, como flutuações de temperatura, umidade e pressão atmosférica, podem desencadear crises em algumas pessoas sensíveis a esses fatores.

Quais são os sintomas?

A enxaqueca é uma condição caracterizada por sintomas além das dores de cabeça intensas. Aqui estão os sintomas comuns associados à essa condição:

  • Dor de cabeça

A dor de cabeça na enxaqueca é geralmente descrita como uma dor latejante, pulsante ou intensa em um lado da cabeça. No entanto, em algumas pessoas, a dor pode afetar ambos os lados, sendo que a intensidade da dor varia de moderada a grave.

  • Náuseas e vômitos

Muitas pessoas que sofrem de enxaqueca também experimentam náuseas e, em alguns casos, vômitos durante as crises. Esses sintomas podem ocorrer antes, durante ou após a dor de cabeça.

  • Sensibilidade à luz (fotofobia)

A enxaqueca geralmente torna a pessoa extremamente sensível à luz intensa, visto que exposição constante a dispositivos eletrônicos, pode agravar os sintomas. Mesmo a exposição a luzes brilhantes comuns pode causar desconforto ou agravar a dor de cabeça.

  • Sensibilidade ao som (fonofobia)

Sons altos ou irritantes também podem ser um gatilho para agravar ou aumentar o desconforto durante uma crise. A pessoa pode se sentir desconfortável ou irritada com ruídos cotidianos.

  • Distúrbios visuais

Alguns indivíduos experimentam distúrbios visuais antes ou durante uma crise de enxaqueca. Isso pode incluir visão embaçada, pontos cegos temporários (escotomas), visão de flashes de luz ou linhas onduladas (escotomas em formato de C) e outras alterações visuais.

  • Tontura e vertigem

Algumas pessoas podem sentir tontura ou vertigem durante uma crise de enxaqueca. Isso pode afetar o equilíbrio e causar sensação de desorientação.

  • Sensibilidade olfativa

Durante uma crise de enxaqueca, algumas pessoas podem ter sensibilidade aumentada aos odores, pois os cheiros fortes, mesmo os que normalmente não são incômodos, podem desencadear ou agravar os sintomas.

Mulher com a cabeça na almofada e fortes dores devido a enxaqueca.
Mulher com a cabeça na almofada e fortes dores devido a enxaqueca. (Imagem Canva)

Quais estratégias para evitar a enxaqueca?

Existem várias estratégias que podem ajudar a evitar a ocorrência de crises de enxaqueca. No entanto, é importante lembrar que nem todas as estratégias funcionam para todas as pessoas, e cada indivíduo pode responder de maneira diferente. Aqui estão algumas estratégias comuns que podem ser úteis na prevenção, como:

  • Identificar e evitar gatilhos

Mantenha um diário para registrar as crises e identificar possíveis gatilhos, como mudança de temperatura (frio), alimentos, bebidas, estresse, alterações hormonais, falta de sono, entre outros. Contudo, evitar ou minimizar a exposição a esses gatilhos pode ajudar a reduzir a frequência das crises.

  • Manter uma rotina regular

Estabeleça um horário de sono regular, evite pular refeições e mantenha um cronograma consistente para atividades diárias. Além do mais, mudanças bruscas na rotina podem desencadear crises, portanto, é importante manter uma programação estável.

  • Gerenciar o estresse

O estresse é um desencadeador comum da enxaqueca, uma vez que, praticar técnicas de gerenciamento de estresse, como exercícios de relaxamento, meditação, respiração profunda ou atividades como ioga, pode ajudar a reduzir a incidência das crises.

  • Ter uma alimentação saudável

Recomenda-se ingerir alimentos saudáveis que são considerados menos propensos a desencadear enxaquecas em muitas pessoas, como por exemplos vegetais, frutas, proteínas magras e grãos integrais. Beber bastante água e ter uma ingestão adequada de nutrientes também é importante.

  • Praticar exercícios físicos regularmente

A prática regular de exercícios físicos pode ajudar a reduzir a frequência e a intensidade das crises de enxaqueca. No entanto, é importante evitar exercícios intensos durante uma crise, pois isso pode piorar os sintomas.

  • Medicamentos preventivos

Em alguns casos, o médico pode prescrever remédios preventivos para ajudar a reduzir a frequência e a gravidade das crises de enxaqueca. Eles são geralmente recomendados para pessoas que têm crises frequentes ou graves.

Como é realizado o tratamento da enxaqueca?

O tratamento pode variar dependendo da gravidade dos sintomas e das preferências do paciente. Existem diferentes abordagens que podem ser utilizadas, incluindo medidas de estilo de vida, remédios preventivos e para alívio dos sintomas durante as crises de enxaqueca.

  • Medidas de estilo de vida

Mudanças no estilo de vida podem ser eficazes na prevenção de enxaquecas. Dessa forma, estabelecer um planejamento, uma rotina de sono regular, evitar alimentos desencadeantes, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e gerenciar o estresse.

  • Medicamentos para alívio dos sintomas

Analgésicos de venda livre, como paracetamol e ibuprofeno, podem ajudar a aliviar a dor leve a moderada durante as crises de enxaqueca. No entanto, o uso excessivo desses medicamentos pode levar a dores de cabeça de rebote, então é importante seguir as orientações médicas.

  • Remédios preventivos

Se as crises forem frequentes ou graves, o médico pode prescrever remédios preventivos. Eles são tomados regularmente para reduzir a frequência e a gravidade das crises. Alguns incluem bloqueadores beta, anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos e antagonistas dos receptores de serotonina.

  • Terapias complementares

Algumas pessoas encontram alívio através de terapias complementares, como acupuntura, biofeedback, massagem e terapia cognitivo-comportamental. Essas abordagens podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar o bem-estar geral.

Conclusão

Felizmente, existem abordagens de tratamento disponíveis para ajudar a gerenciar a enxaqueca. Isso inclui medidas de estilo de vida saudáveis, como estabelecer rotinas de sono regulares, evitar gatilhos conhecidos, adotar uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos e gerenciar o estresse.

Além disso, há uma variedade de medicamentos preventivos e de alívio de sintomas disponíveis, que podem ser prescritos pelo médico, dependendo da gravidade e frequência das crises.

No entanto, cada pessoa é única, e o tratamento deve ser individualizado. O processo pode exigir paciência e colaboração entre o paciente e o médico para encontrar a combinação certa de abordagens terapêuticas que funcionem melhor.

É fundamental buscar um diagnóstico adequado e estar em contato regular com o profissional de saúde para avaliar a eficácia do tratamento e ajustá-lo conforme necessário.

Em resumo, embora a enxaqueca possa ser uma condição desafiadora, com o tratamento adequado e uma abordagem abrangente, é possível reduzir a frequência e a gravidade das crises, melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes afetados.

Luciana R. Simões é Farmacêutica formada pela Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC com CRF/MG: 25.741 – Pós-graduada em Farmacologia: Atualização e Novas Perspectivas pela Universidade Federal de Lavras – UFLA. Possui formação em Farmácia Clínica e Serviços Farmacêuticos pela ABRAFARMA; em Capacitação em Serviços de Vacinação em Farmácias pela IBras – Faculdade Catedral; Curso de Formação Gerencial da Farmácia Indiana. Atuou como Gerente Farmacêutica na Farmácia Indiana e na linha de frente do COVID-19 no processo de testagem rápida de anticorpos e de antígeno. Além disso, possui experiência há mais de 12 anos no mercado farmacêutico.

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