Chá de Mulungu: 5 Benefícios e 4 Contraindicações Importantes

Nos últimos anos, o chá de mulungu tem conquistado cada vez mais espaço entre aqueles que buscam alternativas naturais para o bem-estar emocional e físico. Essa infusão feita a partir da casca da árvore conhecida como Erythrina mulungu é valorizada há séculos pela medicina popular brasileira, especialmente pelas suas propriedades calmantes. O destaque crescente do […]

Redação

Planta de mulungu com tons avermelhados e um pássaro.
Planta de mulungu com tons avermelhados e um pássaro. (Imagem: Freepik)

Nos últimos anos, o chá de mulungu tem conquistado cada vez mais espaço entre aqueles que buscam alternativas naturais para o bem-estar emocional e físico. Essa infusão feita a partir da casca da árvore conhecida como Erythrina mulungu é valorizada há séculos pela medicina popular brasileira, especialmente pelas suas propriedades calmantes.

O destaque crescente do chá de mulungu está diretamente ligado ao aumento dos casos de ansiedade, estresse e distúrbios do sono, condições que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Diante disso, muitas pessoas têm procurado recursos fitoterápicos eficazes e com menos efeitos colaterais que os medicamentos convencionais. É justamente aí que o chá de mulungu entra em cena.

Além de ajudar a promover o relaxamento, esse chá também apresenta efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e sedativos leves, tornando-se uma opção poderosa para quem busca equilíbrio de forma natural. A sua atuação direta sobre o sistema nervoso central é um dos fatores que o torna tão eficaz e procurado.

A seguir, vamos entender mais sobre sua origem, suas características, receita e os principais benefícios dessa planta poderosa para a saúde.

Origem do Mulungu

    O mulungu é uma árvore nativa da América do Sul, presente principalmente no Brasil, Peru e Bolívia. Seu nome científico é Erythrina mulungu, mas ela também é conhecida por outros nomes populares como coral, mulungu, canivete e corticeira. No Brasil, está presente especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

    Desde os tempos coloniais, comunidades tradicionais já utilizavam a casca e as folhas dessa árvore para tratar uma variedade de problemas de saúde, especialmente aqueles relacionados ao sistema nervoso.

    Principais características botânicas

    Trata-se de uma árvore de médio porte, que pode alcançar entre 10 e 15 metros de altura. Possui um tronco robusto e ramos espinhosos. Suas flores são grandes, de cor vermelho-alaranjada, chamando atenção pela beleza e atraindo polinizadores como beija-flores.

    As folhas são compostas e a casca é a parte mais utilizada na preparação do chá. Essa casca contém alcaloides como a eritravina e a eritramina, compostos bioativos com propriedades sedativas, relaxantes musculares e ansiolíticas.

    Onde é encontrado o Mulungu?

    No território brasileiro, o mulungu cresce espontaneamente em matas ciliares, margens de rios e áreas de cerrado, principalmente nos estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e São Paulo. Também pode ser cultivado em quintais e áreas de reflorestamento por pessoas que reconhecem seu valor medicinal.

    Fora do Brasil, a planta pode ser encontrada em regiões tropicais e subtropicais da América Latina. No entanto, é no Brasil que ela encontra seu uso mais difundido e tradicional, sendo registrada como planta medicinal em várias comunidades indígenas e práticas da fitoterapia brasileira.

    Como é preparado o chá de Mulungu

    A forma mais comum de aproveitar os benefícios do mulungu é por meio do chá feito com sua casca seca. Embora o preparo seja simples, é essencial respeitar a dose e o tempo de infusão para garantir a eficácia e segurança do consumo.

    1. Partes utilizadas da planta

    Embora a planta tenha várias partes com princípios ativos, a casca do tronco e dos galhos é a mais utilizada na preparação do chá. É nela que se concentram os principais alcaloides responsáveis pelas propriedades calmantes e sedativas.

    Algumas versões também utilizam as folhas, porém essas são menos comuns e geralmente indicadas em contextos específicos por fitoterapeutas.

    Receita tradicional do chá de mulungu.
    Receita tradicional do chá de mulungu. (Imagem: Canva)

    3. Dicas de preparo para melhor aproveitamento

    Para extrair o máximo dos princípios ativos da casca, o ideal é fazer a infusão logo após triturá-la levemente, se ela estiver muito grossa. Utilize sempre água filtrada e evite reaquecer o chá, pois isso pode alterar suas propriedades químicas.

    Além disso, é importante não adoçar, especialmente com açúcar refinado, pois isso pode interferir na ação do chá sobre o sistema nervoso. Caso necessário, opte por uma pitada de mel.

    Principais benefícios do Chá de Mulungu

    O chá de mulungu se destaca como um dos fitoterápicos mais completos quando o assunto é equilíbrio emocional e qualidade do sono. Seus efeitos vão além do relaxamento, trazendo benefícios físicos e psicológicos que têm sido cada vez mais valorizados tanto pela medicina popular quanto por estudos científicos.

    1. Propriedades calmantes e ansiolíticas

    Um dos efeitos mais marcantes do chá de mulungu é sua ação calmante. Isso ocorre graças à presença de alcaloides, como eritravina e eritramina, que atuam diretamente no sistema nervoso central.

    Esses compostos ajudam a reduzir a atividade cerebral excessiva, promovendo uma sensação de tranquilidade e serenidade.

    Por esse motivo, o chá é amplamente utilizado por pessoas que sofrem com ansiedade, crises nervosas e tensão mental, funcionando como um ansiolítico natural.

    2. Auxílio no sono e combate à insônia

    O chá de mulungu é famoso por promover um sono profundo e restaurador. Sua ação sedativa suave auxilia o organismo a relaxar, facilitando o processo de adormecer e melhorando a qualidade do sono.

    Diferente de medicamentos para dormir, o mulungu não gera dependência nem deixa efeitos colaterais no dia seguinte, como sonolência ou falta de foco.

    3. Redução da ansiedade e do estresse

    Muitos usuários relatam sentir um alívio quase imediato de sensações como coração acelerado, pensamentos acelerados e tensão muscular.

    Isso se deve à capacidade do mulungu de reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, trazendo mais equilíbrio emocional e melhorando o humor.

    Essa característica o torna ideal para pessoas que enfrentam rotinas estressantes, sobrecarga mental ou passam por fases emocionalmente difíceis.

    4. Ação analgésica e anti-inflamatória

    Além dos efeitos emocionais, o chá também possui propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. Pode ser útil no alívio de dores leves, como dores musculares, cólicas e até dor de cabeça causada por tensão.

    Essa ação está associada aos compostos fenólicos presentes na planta, que ajudam a modular respostas inflamatórias no corpo.

    5. Suporte ao sistema nervoso

    O uso contínuo, sempre com acompanhamento e moderação, pode fortalecer o sistema nervoso, ajudando o corpo a lidar melhor com situações de estresse, agitação e fadiga mental. Por isso, o mulungu é considerado um excelente tônico natural para o equilíbrio neurológico.

    Possíveis reações adversas

    Embora o chá de mulungu seja amplamente reconhecido por seus benefícios à saúde mental e ao sono, nem todo organismo reage da mesma forma. Como qualquer planta medicinal, ele também pode causar efeitos adversos, especialmente quando utilizado de maneira incorreta ou em excesso.

    Na maioria dos casos, o chá de mulungu é bem tolerado. No entanto, algumas pessoas podem experimentar efeitos colaterais leves, como:

    • Sonolência excessiva durante o dia
    • Tontura ou sensação de fraqueza
    • Queda da pressão arterial
    • Boca seca
    • Náuseas leves (em casos de estômago sensível)

    Essas reações geralmente ocorrem quando há superdosagem ou quando o chá é consumido em horários inadequados. Por isso, recomenda-se não ultrapassar duas xícaras por dia, preferencialmente no período da noite.

    Contraindicações

    Apesar de natural, o mulungu não deve ser utilizado por todos os grupos populacionais. Existem contraindicações claras, especialmente nos seguintes casos:

    • Gestantes e lactantes: Ainda não há estudos suficientes que comprovem a segurança do uso durante a gestação ou amamentação. Por isso, é contraindicada nessas fases.
    • Crianças menores de 12 anos: O sistema nervoso infantil ainda está em desenvolvimento, e os efeitos do mulungu podem ser muito intensos.
    • Pessoas com pressão arterial muito baixa: O chá pode provocar leve queda na pressão, o que pode agravar quadros de hipotensão.
    • Uso contínuo e prolongado: O consumo frequente e sem pausas pode levar o organismo a desenvolver tolerância, além de sobrecarregar o fígado e interferir no funcionamento natural do sistema nervoso. Recomenda-se o uso por ciclos de até 15 dias, com pausas de pelo menos uma semana.

    Sempre que possível, é importante consultar um médico ou fitoterapeuta antes de iniciar o uso do chá, principalmente em casos de uso simultâneo com medicamentos antidepressivos, ansiolíticos, indutores do sono ou anticonvulsivantes.

    Conclusão

    O chá de mulungu tem ganhado destaque justamente por ser uma alternativa natural, eficaz e segura para quem busca equilíbrio emocional, alívio da ansiedade e uma noite de sono mais tranquila. Com suas propriedades calmantes, ansiolíticas e anti-inflamatórias, ele se consolida como um verdadeiro aliado do bem-estar mental e físico.

    No entanto, é fundamental lembrar que, mesmo sendo um recurso natural, o uso do mulungu exige cautela, moderação e orientação adequada. Conhecer seus efeitos, contraindicações e a forma correta de preparo é o primeiro passo para colher seus benefícios sem riscos à saúde.

    Se você está passando por momentos de estresse, insônia ou agitação mental, o chá de mulungu pode ser uma excelente opção complementar aos cuidados convencionais. Sempre que possível, busque a orientação de um profissional de saúde natural ou fitoterapeuta, que poderá avaliar suas necessidades e indicar a melhor forma de uso.