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Doença de Crohn: Fatores de Risco e Manifestações

Conheça a Doença de Crohn, uma condição do trato gastrointestinal que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Saiba mais!

Luciana Simões

Doutor apresenta o diagnóstico da paciente com a Doença de Crohn.

A Doença de Crohn é uma condição do trato gastrointestinal que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Este distúrbio pode causar uma variedade de sintomas debilitantes e impactar significativamente a qualidade de vida das pessoas. Inicialmente, a doença se manifesta na forma inflamatória e pode afetar desde a boca até o ânus.

Além disso, essa manifestação inflamatória é caracterizada por dor abdominal, diarreia e, em alguns casos, febre. É importante ressaltar que nem todos os indivíduos com a condição apresentam esses sintomas, o que pode levar a um diagnóstico tardio.

Com o passar do tempo, a doença pode evoluir e apresentar complicações, tais como estenose intestinal, formação de fístulas e até mesmo perfurações do intestino. Além disso, a Doença de Crohn também pode se manifestar fora do intestino, afetando outras partes do corpo como as articulações, a pele e as vias biliares.

A seguir, analisaremos detalhadamente a Doença de Crohn, os fatores de risco, sintomas, diagnóstico e tratamento.

Doutor apresenta o diagnóstico da paciente com a Doença de Crohn.
Doutor apresenta o diagnóstico da paciente com a Doença de Crohn. (Imagem: Canva)

Quais são as diferentes manifestações da Doença de Crohn?

A Doença de Crohn pode se manifestar de diversas formas, variando de pessoa para pessoa. Os sintomas mais comuns incluem dor abdominal, diarreia e febre. No entanto, nem todos os pacientes apresentam esses sintomas, o que pode levar a um diagnóstico tardio.

As manifestações da Doença de Crohn podem ocorrer em diferentes regiões do corpo. A forma mais comum é a manifestação no íleo terminal, caracterizada por dor abdominal no lado direito da barriga e diarreia persistente. A doença também pode acometer o intestino grosso, causando sangramento nas fezes.

Além das manifestações intestinais, a Doença de Crohn pode se manifestar fora do intestino, afetando outras partes do corpo. As manifestações extraintestinais mais comuns ocorrem na pele e nas articulações. Na pele, podem surgir lesões, como erupções cutâneas e úlceras. Nas articulações, a doença pode causar inflamação e dor.

Outra manifestação importante da Doença de Crohn é o aumento do risco de câncer. Pacientes com a doença têm uma maior probabilidade de desenvolver câncer de intestino, especialmente se a doença estiver ativa por um longo período de tempo.

Qual a diferença entre a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa?

É essencial destacar que a Doença de Crohn possui características diferentes em comparação com a retocolite ulcerativa, outra doença inflamatória intestinal. Enquanto a retocolite ulcerativa afeta somente o intestino grosso, a Doença de Crohn pode acometer qualquer parte do sistema digestivo, desde a boca até o ânus.

Uma das principais características da Doença de Crohn é a sua segmentação, ou seja, ela afeta apenas alguns segmentos do intestino, ao invés de se manifestar de forma contínua. Além disso, a doença pode ser assimétrica, ou seja, afetar um lado do intestino sem acometer o outro.

A Doença de Crohn também é transmural, ou seja, atravessa todas as camadas, afetando toda a espessura da parede intestinal nas áreas comprometidas.

Fatores de Risco

A Doença de Crohn é mais comum em pessoas com idades entre 10 e 40 anos, sendo mais frequente durante a segunda e quarta décadas de vida. No entanto, também pode ocorrer um novo pico de incidência após os 50 anos. A seguir, os fatores de risco da doença:

  • Genéticos

Fatores genéticos também desempenham um papel na manifestação da Doença de Crohn. Mais de 200 genes foram identificados como estando relacionados à doença, sendo que cerca de 37 deles estão diretamente associados à Doença de Crohn. Esses genes estão relacionados à percepção de bactérias, resposta imunológica, função de barreira e produção de muco no intestino.

  • Ambientais

Exposição a certos agentes ambientais, como poluentes, bactérias ou vírus, pode desempenhar um papel no desenvolvimento da doença, especialmente em pessoas geneticamente predispostas.

Acredita-se que a Doença de Crohn seja uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico ataca erroneamente o revestimento do trato gastrointestinal, desencadeando uma resposta inflamatória crônica.

  • Disbiose intestinal

Alterações na composição da microbiota intestinal, conhecida como disbiose, têm sido associadas ao desenvolvimento da Doença de Crohn. Desequilíbrios na flora intestinal podem desencadear uma resposta inflamatória.

  • Fatores de Estilo de Vida

Certos hábitos de vida, como tabagismo, dieta pobre em fibras e rica em gorduras saturadas, podem aumentar o risco de desenvolver a Doença de Crohn ou piorar os sintomas em pessoas predispostas.

O tabagismo é um fator de risco significativo para a Doença de Crohn. Fumar aumenta o risco de desenvolver a doença em duas vezes e também está associado a um maior risco de recorrência após a cirurgia.

Além disso, o uso de antibióticos, principalmente na infância, pode contribuir para o desenvolvimento da doença.

Sintomas

I. Dor Abdominal: Muitos pacientes experimentam dor abdominal, frequentemente localizada no quadrante inferior direito do abdômen.

II. Diarreia e febre: Diarreia crônica é uma queixa comum entre os pacientes com Doença de Crohn, podendo variar em gravidade.

III. Fadiga: A fadiga é um sintoma comum e pode ser debilitante para alguns pacientes.

IV. Perda de peso: Devido à má absorção de nutrientes e diminuição do apetite, a perda de peso é frequentemente observada em pacientes com Doença de Crohn.

V. Sangramento retal: alguns pacientes podem experimentar sangramento retal, que pode variar de leve a grave.

Como é feito o diagnóstico da Doença de Crohn?

Envolve uma avaliação clínica detalhada, e pode incluir:

Enfermeira coleta amostra de sangue da paciente para diagnóstico da Doença de Crohn.
Enfermeira coleta amostra de sangue da paciente para diagnóstico da Doença de Crohn. (Imagem: Canva)
  • Exames de consultório, como a anoscopia e retossigmoidoscopia flexível, podem ser realizados para avaliar a região do ânus e do intestino grosso.
  • Exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, podem ser necessários para avaliar a extensão da doença e identificar complicações, como abscessos e estenoses intestinais.
  • Os exames de sangue e fezes também são importantes para auxiliar no diagnóstico e monitoramento da doença.
  • Marcadores inflamatórios, como a calprotectina fecal e os níveis de proteína C-reativa, podem indicar a presença e atividade da inflamação no organismo.

Em alguns casos, a biópsia intestinal pode ser necessária para confirmar o diagnóstico. No entanto, a biópsia nem sempre é conclusiva, sendo positiva em apenas cerca de 15% dos casos. Por isso, o diagnóstico da Doença de Crohn é baseado em uma combinação de sinais clínicos, exames de imagem, exames de sangue e histologia.

Opções de tratamento

O tratamento da Doença de Crohn envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo medicamentos para controlar a inflamação. O objetivo do tratamento é reduzir os sintomas, prevenir a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Medicamentos

Os mais comumente utilizados no tratamento da Doença de Crohn incluem corticosteroides, imunossupressores, medicamentos biológicos e terapias anti-TNF.

Terapias nutricionais

A dieta de exclusão de alimentos, também podem ser recomendadas para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. Mudanças no estilo de vida, como evitar o tabagismo e praticar atividade física regularmente, também são importantes para o manejo da doença.

Cirurgia

Em casos mais graves, quando os medicamentos e terapias conservadoras não são eficazes, a cirurgia pode ser necessária. A cirurgia na Doença de Crohn pode envolver a remoção de parte do intestino afetado, o reparo de fístulas ou a correção de complicações, como obstruções intestinais. No entanto, é importante lembrar que a cirurgia não é uma cura definitiva e a doença pode recorrer após o procedimento.

Conclusão

Em resumo, a Doença de Crohn pode se manifestar de várias formas, com sintomas que variam de pessoa para pessoa. Além dos sintomas mais comuns, como dor abdominal, diarreia e febre, a doença pode afetar diferentes regiões do corpo, como a pele e as articulações. É importante destacar o aumento do risco de câncer em pacientes com a doença.

Mesmo que nem todos os pacientes apresentem os sintomas clássicos da doença, é essencial estar atento a qualquer alteração no funcionamento do intestino, dor abdominal persistente ou febre. Através do diagnóstico correto, é possível iniciar o tratamento adequado e controlar a inflamação, prevenindo complicações e melhorando a qualidade de vida do paciente.

Este conteúdo foi inspirado no vídeo @DrMarceloWerneck no canal do YouTube.

Luciana R. Simões é Farmacêutica formada pela Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC com CRF/MG: 25.741 – Pós-graduada em Farmacologia: Atualização e Novas Perspectivas pela Universidade Federal de Lavras – UFLA. Possui formação em Farmácia Clínica e Serviços Farmacêuticos pela ABRAFARMA; em Capacitação em Serviços de Vacinação em Farmácias pela IBras – Faculdade Catedral; Curso de Formação Gerencial da Farmácia Indiana. Atuou como Gerente Farmacêutica na Farmácia Indiana e na linha de frente do COVID-19 no processo de testagem rápida de anticorpos e de antígeno. Além disso, possui experiência há mais de 12 anos no mercado farmacêutico.

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