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Endocardite: O que é, os 2 Tipos e Como Tratá-la

Conheça a endocardite, uma condição médica séria e potencialmente fatal, caracterizada pela inflamação do endocárdio. Saiba mais!

Luciana Simões

Endocardite Infecciosa: inflamação provocada por bactérias que afeta as válvulas do coração.

Conheça a endocardite, uma condição médica séria e potencialmente fatal, caracterizada pela inflamação do endocárdio, o qual é o revestimento interno do coração. Este tecido vital não só reveste o coração, mas também desempenha um papel fundamental na formação valvular cardíaca, responsáveis por regular o fluxo unidirecional do sangue.

Quando as válvulas cardíacas sofrem danos, quer seja devido a infecções bacterianas, trauma ou condições já existentes, o endocárdio torna-se propenso a processos inflamatórios. As bactérias que entram no fluxo sanguíneo, podem alojar-se nas válvulas lesionadas, desencadeando uma resposta inflamatória.

Além disso, esse procedimento não apenas compromete a função normal das válvulas, mas também estabelece um ambiente favorável para o surgimento de coágulos sanguíneos, desencadeando a endocardite. Veja na sequência os dois tipos de endocardite: trombótica não infecciosa e infecciosa.

Endocardite Infecciosa: inflamação provocada por bactérias que afeta as válvulas do coração.
Endocardite Infecciosa: inflamação provocada por bactérias que afeta as válvulas do coração. (Imagem: Canva)

Como a endocardite infecciosa acontece?

A endocardite infecciosa não ocorre facilmente, pois é necessário que o indivíduo tenha uma lesão valvular e que bactérias específicas entrem no fluxo sanguíneo e se grudem aos coágulos presentes no endocárdio. Quando as bactérias começam a crescer, podem causar problemas como destruição das válvulas, formação de abscessos e fenômenos embólicos.

Sintomas causados pela endocardite infecciosa

A endocardite infecciosa pode levar a diversos problemas no organismo, vejamos alguns dos sintomas mais comuns:

  • Destruições Valvulares cardíacas

A infecção pode levar à destruição das válvulas do coração, resultando em sua incompetência. Isso compromete a regulação adequada do fluxo sanguíneo, causando sintomas como falta de ar e fadiga.

  • Formação de abscessos

As bactérias são capazes de se espalhar pelo corpo, levando à formação de abscessos em diferentes partes. Isso pode resultar em dores localizadas, febre e outros sintomas associados à presença de coleções purulentas.

  • Alterações nas articulações

A endocardite infecciosa pode causar inflamação e dores nas articulações, levando a dificuldades de movimento.

  • Nódulos de Osler

São pequenos nódulos dolorosos que podem se formar nos dedos e outras regiões do corpo devido à inflamação vascular associada à endocardite.

  • Embolias sépticas

A existência de coágulos e fragmentos de tecido infectado na corrente sanguínea pode levar a embolias sépticas, resultando em complicações graves em órgãos distantes. Veja também: Embolia pulmonar.

  • Alterações na retina:

A doença também pode afetar os olhos, causando alterações na retina que podem prejudicar a visão.

Novos critérios diagnósticos de endocardite

Médico realizando exame PCR em paciente para detecção de bactérias.
Médico realizando exame PCR em paciente para detecção de bactérias. (Imagem: Canva)

Recentemente, especialistas revisaram os critérios diagnósticos da endocardite, considerando mudanças na doença ao longo do tempo. Novas adições incluem:

  • Detecção por PCR, novas bactérias causadoras;
  • Ajustes nos critérios de imagem (com tomografia e medicina nuclear);
  • Critério cirúrgico baseado na observação durante a cirurgia cardíaca. Essas atualizações visam aprimorar a precisão diagnóstica e a abordagem clínica da endocardite.

Como tratar a endocardite infecciosa?

A forma de abordagem e procedimento adequado podem envolver os seguintes métodos:

  • Medicamentos

É realizado com o uso de antibióticos. No entanto, devido à dificuldade desses medicamentos em atingir as bactérias no local da infecção, o tratamento é geralmente prolongado, durando em média de quatro a seis semanas. É importante que o antibiótico seja escolhido conforme o perfil da bactéria causadora da infecção.

  • Cirurgia

Em casos graves, em que há destruição valvular significativa ou presença de abscessos, pode ser necessária a cirurgia para a remoção da válvula afetada e a colocação de uma prótese. Essa cirurgia é realizada quando há comprometimento da função da válvula ou quando o paciente está em estado grave.

Endocardite trombótica não infecciosa

Acontece quando há o surgimento de coágulos, mas sem a presença de germes. Trata-se de uma condição incomum que se distingue da endocardite infecciosa, pois não é desencadeada por bactérias ou outros agentes patogênicos.

  • Diagnóstico: normalmente envolve exames de imagem, como ecocardiogramas e ressonância magnética cardíaca, para avaliar a existência de coágulos e danos no endocárdio.
  • Tratamento: varia conforme a gravidade da condição, mas pode incluir o uso de anticoagulantes para prevenir o surgimento de novos coágulos e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas para remover coágulos existentes ou tratar complicações cardíacas.

Conclusão

A endocardite é uma condição cardíaca complexa que demanda atenção imediata e cuidados especializados. Compreender a interação entre os danos valvulares, a reação inflamatória no endocárdio e o surgimento de coágulos é crucial para o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz.

Além disso, a conscientização sobre fatores de risco e a adoção de medidas preventivas desempenham um papel vital na redução da incidência dessa condição potencialmente devastadora. Consultar um médico profissional, realizar exames regulares é o mais recomendado para manter a saúde do coração.

Este conteúdo foi inspirado no vídeo @GustavoLenciMarques do cardiologista Dr. Gustavo Lenci no canal do YouTube.

Luciana R. Simões é Farmacêutica formada pela Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC com CRF/MG: 25.741 – Pós-graduada em Farmacologia: Atualização e Novas Perspectivas pela Universidade Federal de Lavras – UFLA. Possui formação em Farmácia Clínica e Serviços Farmacêuticos pela ABRAFARMA; em Capacitação em Serviços de Vacinação em Farmácias pela IBras – Faculdade Catedral; Curso de Formação Gerencial da Farmácia Indiana. Atuou como Gerente Farmacêutica na Farmácia Indiana e na linha de frente do COVID-19 no processo de testagem rápida de anticorpos e de antígeno. Além disso, possui experiência há mais de 12 anos no mercado farmacêutico.

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