Glaucoma: Conheça os 4 tipos, Diagnóstico e Controle

Glaucoma: Conheça os 4 tipos dessa doença que é considerada responsável pelo maior índice de cegueira, no mundo. Saiba mais!

Luciana Simões

Idosa realizando testes oftalmológico para identificar e controlar o Glaucoma.
Idosa realizando testes oftalmológico para identificar e controlar o Glaucoma. (Imagem: Canva)

O glaucoma é uma doença ocular que atinge o nervo óptico e, se não tratado, pode levar à perda progressiva e irreversível da visão. Considerado o responsável pelo maior índice de cegueira, o glaucoma está geralmente associado ao aumento da pressão intraocular, mas também pode ocorrer em indivíduos com pressão ocular normal.

A pressão interna do olho aumentada danifica o nervo óptico, levando a danos no campo de visão e consequentemente, à cegueira se não for controlado adequadamente. A pressão intraocular é a pressão que ocorre dentro do olho, criada pelo equilíbrio entre a produção e a drenagem do fluido ocular.

Já o nervo óptico é o responsável por transmitir informações visuais do olho para o cérebro. Quando submetido a pressão elevada, ocorre um dano progressivo, afetando a capacidade do nervo de enviar sinais visuais para o cérebro.

O glaucoma é incurável, mas felizmente pode ser controlado desde que diagnosticado precocemente e tratado por um especialista oftalmologista. Na sequência, responderemos algumas questões relacionadas a essa condição que é a responsável pelo maior número de casos de cegueira no mundo.

Idosa realizando testes oftalmológico para identificar e controlar o Glaucoma.
Idosa realizando testes oftalmológico para identificar e controlar o Glaucoma. (Imagem: Canva)

Os tipos e suas diferenças

O glaucoma se trata de uma doença ocular séria e que pode levar à perda de visão permanente, e compreender seus diferentes tipos é essencial para uma detecção precoce e tratamento eficaz. Existem quatro tipos principais de glaucoma: ângulo aberto, ângulo fechado, congênito e secundário, ambos com características distintas.

1. Glaucoma de ângulo aberto ou simples

É o tipo mais comum e geralmente ocorre devido à redução gradual do fluxo de líquido aquoso dentro do olho. Pode ser assintomático até atingir estágios avançados, podendo causar danos progressivos ao nervo óptico.

2. Glaucoma de ângulo fechado ou agudo.

É uma forma menos comum e mais grave e ocorre quando o ângulo entre a íris e a córnea fecha abruptamente, bloqueando o fluxo de líquido aquoso. Provoca aumento rápido da pressão intraocular, resultando em sintomas agudos como dor ocular intensa, visão embaçada e náuseas.

3. Glaucoma congênito

Forma rara, é causado por anormalidades no desenvolvimento do sistema de drenagem do olho.
Pode ser detectado nos primeiros meses de vida e requer tratamento precoce para evitar danos à visão.

4. Glaucoma secundário

Este tipo resulta de uma causa subjacente, como trauma ocular, inflamação, uso de medicamentos, ou outras condições oculares. Pode ser agudo ou crônico, dependendo da causa.

Quais os risco e as causas do Glaucoma?

É importante destacar que alguns fatores de riscos que levam a essa doença ocular ainda não são totalmente conhecidos, o que sabemos é que os estudos avançam para este objetivo. Dentre os conhecidos podemos citar:

  • Genética e fatores hereditários: pessoas com histórico familiar de glaucoma têm maior probabilidade de desenvolver a doença. A base genética é um dos fatores de transmissão e desenvolvimento da doença de geração em geração.
  • Idade avançada: com o passar dos anos e o avanço da idade, a doença ocular pode aumentar. Pessoas idosas têm maior probabilidade de desenvolver a doença, preferencialmente após os 60 anos.
  • Lesões oculares ou cirurgias anteriores: traumas oculares graves, cirurgias anteriores nos olhos ou inflamações podem predispor uma pessoa a desenvolver glaucoma secundário.
  • Uso prolongado de corticosteroides: o frequente uso de corticosteroides pode aumentar a pressão interna do olho e desencadear o desenvolvimento da doença em algumas pessoas.

Alguns dos sintomas iniciais

Dentre os sintomas iniciais podemos destacar:

I. Visão periférica comprometida;
II. Dificuldade de adaptação à escuridão, tendo afetada a capacidade de enxergar em ambiente de pouca luz;
III. Halos em torno das luzes, sendo a presença de círculos luminosos ao redor das fontes de luz;
IV. Visão turva e embaçada;
V. Pressão ocular aumentada, sendo este o sinal que danifica o nervo óptico prejudicando a visão.

Diagnóstico

No diagnóstico precoce, recomenda-se consultar o oftalmologista regularmente 1 vez ao ano e realizar os seguintes exames:

  • Tonometria: medida da pressão do interior do olho.
  • Estereofoto de papila: fotografia do fundo do olho específica para o glaucoma.
  • Gonioscopia: exame que visualiza a malha trabecular.
  • OCT para glaucoma: exame que estuda as alterações anatômicas do olho, da camada de fibras nervosas e da mácula.
  • Campimetria: exame que detecta as alterações do campo visual.
  • UBM (Ultra Biomicroscopia): exame com imagens de qualidade microscópica, que auxilia na agilidade do diagnóstico precoce.
Glaucoma é uma doença séria que afeta a saúde ocular.
Glaucoma é uma doença séria que afeta a saúde ocular. (Imagem: Canva)

Tratamento para o Glaucoma

Existem 4 tipos de tratamentos, são eles:

  • Colírios: são utilizados para redução da pressão intraocular, o que exige total comprometimento da pessoa para um melhor resultado.
  • Procedimentos a Laser (Trabeculoplastia com Laser SLT): age diminuindo a pressão intraocular e o números de colírios aplicados.
  • Implantes de micro stents: os implantes diminuem a pressão intraocular, fazendo que pacientes com glaucoma previnam danos irreversíveis e permanentes causados pela sua condição.
  • Cirurgias: as cirurgias para o glaucoma visam a diminuição e controle da pressão ocular. Utiliza-se duas técnicas: Trabeculectomia e o tubo de drenagem. Ambas são realizadas para controlar o glaucoma em casos onde o tratamento clínico não está sendo efetivo.

Conclusão

Em resumo, o glaucoma é uma doença silenciosa que pode roubar a visão sem aviso prévio, mas que ao ser identificada na fase inicial e com procedimento adequado as chances de progressão da doença diminui.

Compreender os sintomas iniciais e os agentes de risco, bem como a importância da visita ao oftalmologista e os exames periódicos, são fundamentais para a preservação da visão e a manutenção da saúde ocular.

Luciana R. Simões é Farmacêutica formada pela Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC com CRF/MG: 25.741 Pós-graduada em Farmacologia: Atualização e Novas Perspectivas pela...